Açúcar ou adoçante? Essa é uma dúvida que acompanha o cotidiano das pessoas, principalmente as que querem emagrecer e que precisam viver com algumas restrições alimentares. Essa escolha pode ser mais complexa do que parece se sua composição e indicações de uso forem avaliadas. E mais importante que garantir a boa forma é tomar uma decisão que não comprometa a sua saúde. A nutricionista Nairana Borim, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esclarece alguns conceitos sobre os adoçantes e orienta sobre a utilização dos mesmos.
Os melhores açúcares para utilização são o orgânico e o mascavo, pois não passam por processo de refinamento, mantendo assim mais vitaminas e sais minerais. O orgânico ainda tem uma vantagem sobre o mascavo por ser produzido sem aditivos químicos. Para quem precisa perder ou controlar o peso e não se adapta ao uso de adoçantes, existe a opção do açúcar light, uma mistura de açúcar refinado com adoçantes. Contudo, este deve ser evitado por diabéticos, pois possuem sacarose em sua composição.
Em 2008, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) decidiu reduzir a quantidade máxima da sacarina e do ciclamato (adoçantes artificiais) em bebidas e alimentos. Alguns estudos mostraram o impacto negativo dos edulcorantes para a saúde humana. Os adoçantes mais indicados atualmente são os à base de esteviosídeo e de sucralose, pois são extraídos de vegetais e frutas, portanto, naturais e sem contraindicações.
Confira a seguir os principais tipos de adoçantes existentes e suas características:
Naturais (extraídos de vegetais e frutas) | ||
Adoçante | Principais Características | |
Esteviosídeo | Tem 300 vezes mais poder edulcorante em relação à sacarose (presente no açúcar). Pode ser consumida sem nenhuma contraindicação por qualquer pessoa. Não produz cáries, nem é calórica, tóxica, fermentável ou metabolizada pelo organismo. Usado como adoçante de mesa, gomas de mascar, balas, bombons, bebidas, gelatinas, pudins, sorvetes e iogurtes dietéticos.
IDA (Ingestão diária aceitável): 5,5 mg/kg de peso corporal. |
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Sucralose | É uma molécula modificada da sacarose. Poder edulcorante em relação à sacarose: 600 vezes. Não deixa sabor residual, não provoca cáries e não é metabolizada pelo organismo, sendo eliminada por completo em 24 horas pela urina. Pode ser consumida sem nenhuma contraindicação por qualquer pessoa. Estável sob altas temperaturas, sendo utilizado em preparações destinadas à cocção. Usado como adoçante de mesa e em preparações quentes.
IDA: 15 mg/kg de peso corporal. |
Artificiais (produzidos em laboratório) | ||
Adoçante | Principais Características | |
Sacarina | Substância derivada do petróleo. Poder adoçante em relação à sacarose: 300 vezes. Sabor residual amargo em concentrações altas. Redução de sabor residual pela mistura de sacarina com o ciclamato. Submetida ao calor, não perde suas propriedades. Não deve ser utilizada por pacientes hipertensos ou que tenham tendência a reter líquidos devido ao sódio.
IDA: 5 mg/kg de peso corporal. |
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Ciclamato | Substância derivada do petróleo. Poder adoçante em relação à sacarose: 40. Sabor agridoce é semelhante ao açúcar refinado (apresentando um leve gosto residual). Estável sob altas temperaturas, pode ser utilizado em preparações destinadas à cocção. Usado como adoçante de mesa, gomas de mascar, bebidas, congelados, refrigerantes, geleias e sorvetes. Deve ser evitado por hipertensos, já que costuma aparecer na forma sódica, ou seja, combinado com sódio.
IDA: 11 mg/kg de peso corporal. |
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Aspartame | É produzida a partir dos aminoácidos encontrados normalmente nos alimentos: fenilalanina e ácido aspártico. Poder adoçante em relação à sacarose: 200 vezes Não apresenta sabor residual amargo. Sensível ao calor, perde o seu poder de adoçamento em altas temperaturas. Usado como adoçante de mesa, misturas, pós, gomas de mascar, balas, sobremesas, bebidas, congelados, refrigerantes, coberturas, xaropes e produtos lácteos. É contraindicado para portadores de fenilcetonuria, uma doença genética rara que provoca o acúmulo de fenilalanina no organismo, causando retardo mental. Pelo mesmo motivo, também se desaconselha o uso por grávidas.
IDA: 40 mg/kg de peso corporal. |
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Acesulfame-K | Derivado do potássio. Poder adoçante em relação à sacarose: 200 vezes. Apresenta sabor amargo em altas concentrações. Estável sob altas temperaturas. Usado como adoçante de mesa, em gomas de mascar, bebidas, café e chás instantâneos, gelatinas, pudins, produtos lácteos, panificação e sorvetes. É eliminada em 24 horas pela urina, de forma inalterada.
IDA: 15mg/kg de peso corporal. |
Dicas
- Dissolva bem o açúcar ao colocá-lo nas bebidas. Isso ajuda a reduzir o consumo.
- Observe ao terminar de consumir a bebida que foi adoçada, se existem vestígios de açúcar no fundo do copo ou jarra. Em caso positivo, isso significa que o mesmo precisava ser mais dissolvido e que você utilizou mais açúcar do que o necessário.
- Aproveite o açúcar natural presente na fruta, por exemplo, ao consumi-la na forma de sucos ou in natura.
- Se consumir leites com achocolatado, evite adoçar a bebida. O produto já contém açúcar em sua composição.
- Se utilizar adoçantes líquidos, conte as gotas.
Fonte: https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/